A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio respiratório que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, resultando em interrupções frequentes na respiração durante o sono.
Um dos métodos eficazes para o tratamento desse problema é o uso do aparelho intraoral de avanço.
Neste artigo, exploro o papel fundamental dos dentistas e otorrinolaringologistas nesse tratamento, abordando suas indicações, limitações e a importância de uma abordagem interdisciplinar para o sucesso do tratamento. Vem comigo e boa Leitura!
O que é o Aparelho Intraoral (AIO)?
O AIO é uma prótese bucal personalizada, feita sob medida por um dentista especializado em sono. Esse dispositivo é projetado para estabilizar ou posicionar a mandíbula de forma avançada durante o sono, promovendo a abertura das vias aéreas superiores e prevenindo o colapso das estruturas que causam as obstruções respiratórias.
Indicações do Aparelho Intraoral:
O AIO é indicado principalmente para pacientes diagnosticados com apneia do sono de leve a moderada, ou para aqueles que apresentam ronco significativo e não respondem a outras formas de tratamento. É uma opção viável para indivíduos que não se adaptam ao uso de CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) ou que buscam uma alternativa mais confortável e discreta.
Em alguns casos mais graves o AIO também pode ser uma opção. Por isso a importância da avaliação individualizada de cada caso, uma vez que a eficácia do aparelho pode variar de acordo com a gravidade e as características individuais de cada paciente, sendo necessária uma avaliação cuidadosa - clínica, anatômica e polissonográfica - para determinar a melhor abordagem terapêutica.
Importância do Dentista e do Otorrinolaringologista:
O otorrinolaringologista desempenha um papel fundamental na avaliação da via aérea, identificando possíveis obstruções e indicando o tratamento mais adequado, seja ele o uso do aparelho intraoral de avanço ou outras modalidades terapêuticas como CPAP ou até mesmo cirurgia.
A confecção e o acompanhamento do AIO requerem habilidades técnicas e conhecimento específico, sendo essenciais a participação ativa de um dentista especializado. Esse profissional realizará exames detalhados, moldagens precisas e ajustes necessários para garantir a eficácia e o conforto do aparelho, além de acompanhar possíveis efeitos colaterais que podem ocorrer.
Acompanhamento da APNEIA DO SONO durante o uso do AIO:
A polissonografia pós-titulação (ajuste) do aparelho intraoral permite avaliar a eficácia do tratamento e verificar se a terapia está fornecendo a redução adequada do índice de apneia e hipopneia (IAH). Esse índice mede a quantidade de eventos respiratórios interrompendo o sono durante a noite.
Através da polissonografia, podemos analisar se o aparelho intraoral está promovendo uma melhora significativa na qualidade do sono e reduzindo os episódios de apneia e hipopneia.
Além de avaliar a eficácia, a polissonografia permite identificar a necessidade de ajustes no aparelho intraoral. Cada paciente é único e pode exigir ajustes personalizados para otimizar o tratamento. Com a polissonografia de acompanhamento, é possível identificar se é necessário fazer modificações no posicionamento do aparelho, a fim de obter melhores resultados e garantir o conforto durante o sono.
Efeitos colaterais possíveis:
O AIO pode ter alguns efeitos colaterais de curto e longo prazo.
Os efeitos colaterais de curto prazo podem incluir desconforto temporário na mandíbula e nos dentes, salivação excessiva, secura na boca e alterações na oclusão dentária. Esses efeitos costumam ser transitórios e diminuem à medida que o paciente se adapta ao aparelho.
Já os efeitos colaterais de longo prazo são menos comuns, mas podem incluir alterações na posição dos dentes, desgaste dental, alterações na mordida e desconforto persistente na mandíbula. É importante ressaltar que esses efeitos são mais raros quando o aparelho é confeccionado e monitorado por um dentista especializado.
Contraindicações do AIO:
Existem algumas contraindicações para o uso do aparelho intraoral no tratamento da apneia do sono. Essas contraindicações podem variar de acordo com as características individuais do paciente e devem ser avaliadas por um profissional qualificado.
Algumas contraindicações comuns incluem:
Doenças periodontais avançadas: Pacientes com doenças periodontais graves podem não ser adequados para o uso do aparelho intraoral, pois podem comprometer a estabilidade e saúde dos tecidos de suporte dos dentes.
Problemas dentários graves: Condições como cáries não tratadas, dentes frágeis, restaurações dentárias extensas ou próteses dentárias mal adaptadas podem ser contraindicações para o uso do aparelho intraoral.
Disfunção temporomandibular (DTM) grave: Pacientes com DTM grave podem apresentar maior risco de agravamento dos sintomas com o uso do aparelho intraoral, devido ao estresse adicional sobre a articulação temporomandibular.
Insuficiência dentária: A falta de dentes ou uma quantidade insuficiente de dentes pode comprometer a estabilidade e a retenção do aparelho intraoral, tornando-o menos eficaz.
Incapacidade de usar o aparelho corretamente: Pacientes que são incapazes de seguir as instruções e usar o aparelho intraoral conforme recomendado podem não obter os benefícios desejados e podem ter uma maior probabilidade de experimentar efeitos colaterais.
É importante destacar que cada caso é único, e a decisão sobre a adequação do aparelho intraoral como opção de tratamento deve ser feita em conjunto pelo otorrino e dentista especializado, levando em consideração as características individuais do paciente.
E Você, já conhecia o aparelho intraoral?
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